A carne limpa é criada através do cultivo in vitro de células animais. Os cientistas obtêm uma pequena amostra de célula – neste caso de uma vaca da raça Aberdeen Angus – e colocam a amostra em um cultivador controlado com uma solução rica em nutrientes chamada “meio de crescimento”. Isso faz com que as células-tronco se multipliquem como se ainda estivessem no corpo do animal.
O resultado é um produto que oferece a mesma aparência, textura e sabor da carne convencional. No entanto, o processo pode ser concluído sem prejudicar nenhum animal.
“A carne in vitro, também conhecida como carne cultivada, é uma nova direção muito promissora para a indústria de carne”, diz Nikolai Shimanovsky, curador do projeto e farmacologista molecular.
“Do nosso ponto de vista, a produção de carne de laboratório tem o mais alto significado ético para a sociedade moderna”, acrescenta Shimanovsky. “É uma forma de evitar a morte de seres vivos para obter carne como alimento”.
Consumidores abandonam a carne tradicional
O consumo de carne da Europa diminuiu 20% no espaço de dois a três meses. Essa tendência pode ser testemunhada em outras partes do mundo. Mais de 80% dos americanos indicaram que gostariam de trocar carne por alternativas livres de crueldade.
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Uma pesquisa realizada pelo produtor de carne desenvolvida em laboratório Memphis Meats, descobriu que 60% dos consumidores experimentariam carne limpa se fosse mais acessível. Carnes limpas são caras de se fabricar, no entanto, os produtores desejam reduzir o custo do item o mais rápido possível.
O novo bolo de carne da OKPI custa cerca de 5.800 rublos (cerca de 380 reais) por kg. A OKPI prevê que os preços possam cair para 800 rublos (em torno de 50 reais) por kg quando chegar aos supermercados. A empresa destaca que sua carne livre de morte de animais tem o dobro do prazo de validade da carne tradicional.
Além da OKPI, empresas em todo o mundo, incluindo Mosa Meat, JUST, New Age Meats, Integriculture e Biotech Foods, estão trabalhando para otimizar o processo de cultivo de carne. Segundo dados da empresa de pesquisa britânica Starcom, 41% dos britânicos poderiam comer carne cultivada em laboratório nos próximos dez anos.
A carne cultivada em laboratório da OKPI deve chegar ao mercado em 2023.