No Wild Bird Fund, os pacientes passam por uma triagem ao chegar. Cada ave é avaliada individualmente e a equipe as divide em categorias de acordo com a gravidade das lesões. Se uma ave começa a pular, é deixada na sala de “preparação para soltura”, onde pode voar, ficar empoleirada e é monitorada por 24 horas. Contudo a maioria das aves são mantidas em cestos de roupa feitos de pano, ficando entre seis e oito aves por cesto, onde há pequenos poleiros. No fim de semana passado, segundo McMahon, havia 20 cestos de roupa em uma única sala. Aves gravemente feridas são mantidas em incubadoras em uma sala silenciosa que serve como unidade de terapia intensiva.
Todas são alimentadas com larvas. As menores são ideais para que as aves não batam a cabeça com uma possível concussão ao tentar partir uma larva grande. No último fim de semana, as larvas no centro esgotaram e voluntários percorreram lojas de animais por toda a cidade, acabaram encontrando mais de trinta tonéis de larvas.
Das 220 aves que chegaram, 90 morreram ou foram sacrificadas. Mais de cem se recuperaram; muitas já foram soltas. Quando as aves se recuperam, voluntários as soltam no parque Prospect Park e em outros locais no Brooklyn, onde podem voar sentido sul — sobrevoando a água e longe da cidade. “Não sabemos o que acontece depois, mas se pudermos garantir que não passarão por mais nenhum edifício este ano, há mais chance de sobreviverem”, afirma McMahon.
Recolhendo aves mortas para evitar mais aves mortas
Em dezembro, a prefeitura de Nova York aprovou uma lei que determina que todo edifício recém-construído deve utilizar vidros à prova de aves. É uma boa medida, afirma McMahon, mas não se aplica aos prédios já existentes. Há vários que representam grandes riscos especialmente para as aves, como os prédios 3 e 4 do World Trade Center e, a um quarteirão de distância, o Brookfield Place. “É um centro espelhado muito convidativo para as aves”, afirma McMahon.
Colisões com vidros não são um problema exclusivo do centro da cidade: quase 45% das colisões ocorrem em prédios baixos, segundo a Audubon, ONG da cidade de Nova York.
É fácil e barato readequar construções que sejam seguras para as aves, ressalta McMahon. Embora algumas formas baratas de prevenção como a colocação de redes não sejam esteticamente agradáveis, outras estratégias comuns incluem adesivos em janelas, películas protetoras contra raios UV em janelas (invisíveis aos humanos, mas claramente visualizadas por diversas espécies de aves); e até cortinas simples. À noite, algo tão simples como apagar as luzes visíveis de fora do prédio pode ser uma medida eficaz, segundo a organização sem fins lucrativos American Bird Conservancy. Em edifícios novos, decisões sobre o tipo de vidro da janela, a posição e a quantidade de janelas e o estilo de iluminação externa podem fazer muita diferença.