As abelhas-europeias (Apis mellifera), as polinizadoras comerciais mais conhecidas, não possuem defesa conhecida contra as vespas-mandarinas. Embora já se tenha observado abelhas picando possíveis invasoras, parece que a estratégia não surte efeito sobre essas vespas.
Por outro lado, as abelhas-japonesas (Apis cerana japonica), que evoluíram em conjunto com as vespas-mandarinas, encontraram uma maneira de se proteger. Elas formam um enxame em volta das invasoras e batem suas asas até que a “massa de abelhas” atinja temperaturas acima de 46ºC, assim as abelhas cozinham as vespas até a morte e as sufocam com dióxido de carbono.
As vespas-mandarinas também podem ser fatais para espécies polinizadoras como as abelhas nativas, sendo que muitas delas já competem com outros animais exóticos, diz Looney.
Jun-ichi Takahashi, pesquisador e especialista em vespas da Universidade Kyoto Sangyo, no Japão, concorda que os danos que as vespas causam ao meio ambiente podem ser expressivos em qualquer lugar onde se propagam — e apoia as medidas de controle da população.
Entrevistado por e-mail, Takahashi disse que o rótulo de vespa assassina é apropriado porque a espécie é tão perigosa quanto as abelhas assassinas, apelido dado às abelhas-africanas. A espécie invasora de abelhas chegou ao Texas em 1990, colonizou partes do sul dos Estados Unidos e ocasionou a morte de diversas pessoas.
Takahashi acredita que “os norte-americanos não compreendam completamente a agressividade e a toxicidade dessa espécie de vespa.”
Interrompendo a proliferação
Se as vespas não forem removidas nos próximos anos, poderá ser tarde demais para interromper sua proliferação nos Estados Unidos, explica Looney.
Até agora, ocorreram apenas dois avistamentos de vespas-mandarinas próximo de Blaine, sugerindo que provavelmente exista uma colônia nas proximidades. No inverno, os ninhos ficam adormecidos e, se as rainhas acasalaram, elas se dispersam e formam novas colmeias. Atualmente, Looney e outros pesquisadores estão criando iscas para tentar capturar as rainhas que surgem.
Nos próximos meses, pesquisadores colocarão centenas de armadilhas para continuar a busca por rainhas e operárias, que podem surgir no verão se novas colônias tiverem sido formadas. Colares radiotransmissores podem ser colocados para rastrear as vespas que voltam aos seus ninhos e posteriormente destruí-las, diz Looney.
Como as vespas formam colmeias subterrâneas que geram calor, Looney e seus colegas também estão testando tecnologias com imagens térmicas para ajudá-los na busca pelas colmeias.
Ainda assim, “vai ser difícil” acabar com as vespas, diz Looney. “Mas sim, temos uma chance.”
Identifique suas vespas
Os ferrões das vespas-mandarinas têm cerca de seis milímetros de comprimento e a picada pode perfurar as roupas de proteção utilizadas pelos apicultores. Pesquisas mostram que, mesmo em pessoas que não são alérgicas, cerca de 50 picadas podem levar à morte devido aos danos causados nos rins.
Desde que as vespas viraram notícia nos Estados Unidos, Looney recebe uma enxurrada de e-mails de americanos preocupados dizendo terem visto o inseto. Em resposta, ele enfatiza que apenas dois avistamentos da vespa-mandarina foram confirmados nos Estados Unidos – e quem acredita ter visto o inseto no leste do hemisfério norte, provavelmente o confundiu com a vespa-europeia (Vespa crabro), que é parecida, mas menos agressiva e perigosa.
“Se as pessoas do leste do Mississippi avistarem algo do tipo, não devem supor ser uma vespa-mandarina”, diz ele. “É muito provável que não seja.”